O mundo real já se mistura com o digital há algum tempo, mas nunca foi tão difícil discernir sobre intelecto, profissionalismo, propriedade dos fatos, na verdade nunca foi tão fácil “desconfiar”, mas o problema não é esse, e sim o contrário, a confiança naquilo que inexiste, que foi gerado por algoritmos ou meramente inventado/criado por pessoas que buscam enganar.
Há um projeto de pesquisa de doutorado que versa sobre a verossimilhança, e que ela se torna mais importante do que a realidade, o estudioso é Vinicius Cacofonias, cujo perfil no Instagram é @cacofonias (será este um perfil falso? Nesse caso creio que não).
De toda forma, estar de acordo com a verdade não necessariamente é tê-la ao lado, motivo pelo qual aquilo que lhe pareça verdadeiro pode não o ser.
Vejamos, há poucos dias comprei seguidores no Instagram, o engraçado é que a própria compra deu colapso e o número de seguidores quintuplicou, passando dos 100 mil (comprei 10 mil, mas acho que o “bot” se perdeu).
A questão aqui é: se comprei 10 mil e estou com 100 mil, e anterior à compra possuía 3 mil, posso afirmar que 87 mil seguidores são orgânicos, e quem dirá que não são? Notemos bem: quem dirá que não são? Quantos desavisados minimante ficarão na dúvida? E basta a dúvida para que uma verdade seja criada. A pergunta que vos faço é: Quantos eu já tinha? Quantos mais aqueles que foram comprados, gerarão de reciprocidade nos curiosos? Como você interpretaria essa ação? Ruim? Boa? É possível dizer que “ser fake” na realidade é ser verdadeiro em um mundo de postagens estapafúrdias, de coachs que vendem até mesmo a condição de serem melhores que “apóstolos”? Alguns exageram tanto que usam ícones mundiais para as suas falácias, como falar de Ayrton Senna em um tom menor que o da sua grandiosidade mundialmente conhecida.
Mundo do cão, ou melhor mundo das mídias onde nessa velocidade perderemos tudo que é real, e digo isso pelo crescimento aceleradíssimo das inteligências artificiais, fatalmente muito em breve por exemplo as compras de seguidores será algo quase que perfeito, pois a partir do momento que se respeitar um estereótipo, localização geográfica, especificidade e necessidade, será algo impossível de ser questionado.
Em meu teste fui além, tive a curiosidade de visitar alguns perfis de pessoas que conheço, em busca dos tais “bots” comprados, claro que você leitor deste artigo já sabe a resposta, eles obviamente estão por lá, facilmente detectáveis, facilmente verificados, mas por quanto tempo será assim?
Se estivéssemos apenas falando de seguidores ou motivações sem relevância tudo estaria mais ou menos controlado, mas não é, não está assim caros leitores, estamos construindo uma árvore com tantas ramificações fraudulentas, mas que possui tanta energia para crescer que não conseguirá ficar de pé por muito mais tempo, e a questão a ser trabalhada neste artigo é: enquanto esta árvore criar galhos e não cair, como se proteger das armadilhas?
Fato que empresas se mostram maiores ou menores do que são, que pessoas criam situações que nunca existiram, que locais de terceiros sofrem apropriações nas mídias como se seu, meu fossem, tudo parece tão desnecessariamente falso que estamos perdendo a noção até mesmo do bom senso.
Quando digo perdendo a noção do bom senso é quando compramos um produto que não chega (pois nunca chegaria mesmo), quando contratamos empresas para soluções que não são feitas (visto que não existem) ou quando nos fazemos parecer ser algo que não somos.
Não usamos em nossos negócios notícias fraudulentas, nem tampouco tiramos fotos ou fazemos filmagens das quais não poderão ser efetivamente comprovadas depois, somos feitos de presença, de realidade, de acertos e erros, e sempre que você se deparar com algo que beira a perfeição ou somente se subjuga para ganhar outros tipos de benefícios, minimante desconfie.
Ainda está nas nossas mãos e na nossa mente a percepção daquilo que verdade é, mas precisamos dar um passo para trás, questionar mais, perguntar mais, avaliar mais, pois já estamos vivendo nas mídias o mundo das falas de pessoas que não falaram, dos vídeos de pessoas que não gravaram, dos lugares idos que nunca foram, dos serviços prestados perfeitos que nunca existiram e, por fim, os belos produtos a serem vendidos que nunca serão recepcionados por seus compradores. Aliado a essa infraestrutura do caos temos então golpes a serem praticados cada vez mais rápidos e cercados de perfeição.
Mas o que pode então ser feito? Dificil resposta para uma pergunta tão complexa neste mundo tão perfeito de imperfeições… Apenas observe mais, e se quiser conhecer um perfil de verdade, estou lá pelo LinkedIn, verificado e sendo transparente e real, ou não.