O varejo observa atentamente os desdobramentos causados pelas queimadas na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e que já atingiu 48 cidades, e se expandiu para a fronteira com o Paraná. O incêndio tem atingido canaviais e plantações de milho, soja e trigo. Segundo o Governo de São Paulo, não existem mais focos de incêndio no estado.
Produtores de açúcar da região de Ribeirão Preto afirmam que o prejuízo será muito grande, mas, no momento, não há como contabilizá-los. Edmo Bernardes, assessor de comunicação da Usina Santo Antônio, é uma das vozes que esclarece a situação da região para o resto do país.
Com o incêndio iniciado na quinta-feira (22), e se espalhando rapidamente desde sexta, Bernardes justifica a iniciativa de produtores de açúcar terem se reunido para enfrentar as chamas. “Quanto mais tempo deixar a terra secando, pior será a produtividade. Por isso, não esperamos ação de nenhum órgão e temos um combinado entre usinas e produtores de agir imediatamente. Ontem, aparentemente, tínhamos conseguido”, afirmou.
Nos últimos cinco dias, duas pessoas morreram e mais de 800 deixaram suas casas. Ao todo, estão sendo identificados cerca de 20 mil hectares queimados e 2.300 focos de incêndio. Embora a situação do açúcar chame atenção, a consultoria econômica da ASSERJ, Future Tank, estima que as perdas não serão tão devastadoras devido à safra ser a segunda maior produção da história.
O consultor econômico da ASSERJ, William Figueiredo, afirma que o varejo seguirá sem sentir os impactos das queimadas em um primeiro momento. “A colheita (soja, milho) iniciou em maio. E o país tem estoques suficientes para abastecer tanto a oferta doméstica quanto a externa. Os registros das queimadas e de impacto nas áreas perdidas continuam sendo avaliados. É muito cedo para mensurar algo”, explicou.
No campo, Paulo Deoclécio, um dos produtores de soja, milho e trigo na cidade de Campo Mourão afirma que mesmo com a safra já colhida, a queimada prejudica. “São anos de geração de fertilidade do solo, que era cuidado com biológicos e palhada de cobertura”. Agora precisará passar por um longo processo de fertilização.
Nas gôndolas dos supermercados, os valores ainda não serão influenciados pelos impactos dos incêndios. “Por enquanto, não houve anúncio de novos valores para o açúcar ou qualquer outro produto. Acho que, com tanto estoque, as variações não vão impactar o setor”, avaliou Adenilson Vidal, diretor comercial do Supermercados Unidos.
Segundo Gustavo Defendi, sócio-diretor da Real Cestas, incêndios como o episódio de Sertãozinho, Ribeirão Preto e região são exemplos claros do impacto que o desmatamento pode causar na cadeia produtiva. “Se o desmatamento continuar nesse ritmo alarmante, corremos o risco de enfrentar sérios problemas na produção de alimentos essenciais, o que afeta diretamente os preços e a disponibilidade dos itens da cesta básica”, afirmou.
O efeito cascata causado pelas queimadas em São Paulo provocou uma onda de preocupação nas principais bolsas de valores do mundo. As negociações do açúcar demerara, nesta segunda-feira, abriram em alta e registraram uma elevação média de 2,66%.
Entenda o caso
Um grande incêndio foi iniciado na região de Sertãozinho (SP), na última quinta-feira (22), e exigiu que produtores de cana-de-açúcar da região se mobilizassem para controlar a situação. Mesmo com a operação, desde sexta-feira (23), novos focos de incêndio surgiram e se deslocaram rapidamente com a velocidade do vento de 70 km/h.
Nesta segunda-feira (26), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, estimou o prejuízo provocado pelas queimadas em R$ 1 bilhão. “Difícil estimar os prejuízos, mas diria que vão passar a casa de R$ 1 bilhão seguramente. O que aconteceu tem um efeito devastador (no agronegócio), muito triste e nós vamos apoiar o agronegócio”, declarou o político em entrevista a uma emissora de televisão.
Segundo o Governo do Estado de São Paulo, o incêndio teria sido cometido por três pessoas, que acabaram sendo presas em São José do Rio Preto, Batatais e Porto Ferreira. “São pessoas que portavam gasolina e estavam realmente ateando fogo de forma criminosa”, explicou. Cerca de 15 delegacias foram mobilizadas para as investigações.
ASSERJ
Foi com um pequeno número de associados que nasceu a Associação de Supermercados do Rio de Janeiro – ASSERJ, mais precisamente em 1969, um ano após a atividade supermercadista ser definida e regulamentada no País. Criada com o intuito de fortalecer e defender a cadeia supermercadista do Estado, a ASSERJ atendeu bem ao seu objetivo principal. Há mais de cinco décadas representando e defendendo os interesses do setor, a ASSERJ adquiriu know-how no setor supermercadista, oferecendo aos seus associados cursos de aperfeiçoamento, palestras, consultoria e assessoria na área jurídica, gestão, recursos humanos, prevenção de perdas, alimentos seguros e marketing, além de muitas outras atividades relevantes para o setor.
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