O crescimento do trabalho remoto, após a pandemia de Covid-19, trouxe à tona desafios em termos de saúde e bem-estar dos trabalhadores. Embora o home office ofereça comodidade e flexibilidade, o ambiente doméstico não é projetado para ser um espaço de trabalho, por isso, pode acarretar diversos problemas para o bem estar e a saúde do profissional, principalmente em relação à ergonomia.
Alguns dos principais desafios ergonômicos no home office incluem a falta de cadeira e mesa adequadas, iluminação insuficiente, ausência de mobiliário que proporcione postura confortável e falta de pausas. Trabalhar em posição desconfortável ou por longos períodos sem fazer nenhum intervalo pode causar dores nas costas, pescoço e ombros, além de problemas de visão e fadiga.
Pesquisa recente da Universidade de Leeds que traçou um raio-x do trabalho home office pós-pandemia indica que 27% – ou quase 1 a cada 3- trabalhadores que atuam em modelo 100% remoto ou híbrido não têm um espaço de trabalho doméstico adequado. Além disso, de acordo com o estudo, os trabalhadores remotos devem fazer pausas regulares para alongar e mover seus corpos para ajudar a evitar dores nas costas e no pescoço – o que, no dia a dia de trabalho e com a necessidade de mostrar produtivo, nem sempre acontece.
Além disso, o ideal é criar um espaço dedicado ao trabalho, com móveis ergonômicos, pois além da importância para evitar dores e lesões, é bastante útil para ajudar a estabelecer limites claros entre o trabalho e o tempo pessoal. No entanto, nem sempre tal delimitação é possível, considerando que é necessário investimento e mudanças no ambiente doméstico.
Coworkings ganham espaço como alternativa
Em meio a tantos desafios envolvendo o home office, o trabalho remoto em coworking desponta como uma solução interessante para esses problemas. “Os espaços de coworking são projetados levando em consideração aspectos ergonômicos, oferecendo cadeiras confortáveis, mesas ajustáveis em altura, iluminação adequada e áreas de descanso. Com isso, eliminam-se todos esses pontos negativos do trabalho dentro de casa”, explica a especialista em coworking Bruna Lofego.
Além disso, de acordo com a especialista, trabalhar em um ambiente de coworking proporciona uma separação clara entre o espaço de trabalho e o ambiente doméstico, o que ajuda a estabelecer limites saudáveis entre vida pessoal e profissional. Essa separação física pode contribuir para uma melhor produtividade e bem-estar geral.
“Outra vantagem do coworking é a oportunidade de interação social e networking com outros profissionais que compartilham o mesmo espaço. Essa interação pode ajudar a combater o isolamento e a solidão que algumas pessoas enfrentam ao trabalhar em casa”, assinala Bruna.
No entanto, é importante mencionar que cada pessoa tem necessidades e preferências diferentes. Algumas pessoas podem preferir trabalhar em casa e adaptar seu ambiente de trabalho para atender aos requisitos ergonômicos. “A escolha entre home office e coworking depende, é claro, das necessidades e preferências individuais de cada pessoa. Mas os coworkings vêm se tornando cada vez mais uma alternativa para profissionais e empresas das mais diversas áreas. Muitos optam por alternar as jornadas de trabalho em casa e nos escritórios compartilhados, minimizando a falta de adequação do ambiente doméstico”, diz.
Há também quem passe a frequentar coworkings apenas alguns dias da semana, para ter uma rotina mais flexível, mas gostam tanto da proposta que acabam aderindo 100% ao modelo. “Depende muito da rotina de cada um mas, definitivamente, o coworking figura cada vez mais entre as melhores alternativas”, finaliza a especialista.
Bruna Lofego – É CEO & Founder da CWK Coworking e criadora do pioneiro método “Coworking de Sucesso”. Considerada a única especialista do Brasil no segmento, lançou em 2016 a mentoria Como Montar seu Coworking, na qual ensina o passo a passo para estruturar um negócio na área, com base na sua trajetória como empreendedora. Mais de 2.000 pessoas já tiveram como base a sua metodologia.