Nos últimos anos, o avanço da tecnologia e o surgimento de aplicativos revolucionaram o setor de alimentação. Através de interfaces intuitivas, opções personalizadas e promoções exclusivas como cashback, os apps se tornaram o principal canal de compra para muitos consumidores.
Antigamente, o processo de pedir uma pizza envolvia uma ligação telefônica ou uma visita física à loja. Hoje, com apenas alguns cliques, é possível personalizar o pedido, escolher entre diversas opções de pagamento e até rastrear a entrega em tempo real.
De acordo com a rede de pizzarias Bella Capri, os aplicativos mudaram drasticamente a relação entre cliente e pizzaria, ao ponto de “trazer a pizzaria para a mão do cliente”, proporcionando maior comodidade ao consumidor, eliminando a necessidade de filas e ampliando o acesso a promoções exclusivas, disponíveis apenas via app.
Dados e personalização: um relacionamento mais próximo
A coleta de dados por meio de aplicativos também permitiu às pizzarias e outras empresas de alimentação oferecer uma experiência de consumo mais personalizada. Com a análise de dados de CRM (Customer Relationship Management), é possível entender as preferências individuais de cada cliente, como sabores favoritos, frequência de consumo e hábitos de compra.
O interessante é poder usar essas informações para criar interações personalizadas e ofertas adaptadas ao gosto de cada cliente. Isso não apenas melhora a experiência do consumidor, mas também aumenta a fidelização.
Ofertas como cashback e promoções personalizadas ajudam a transformar clientes ocasionais em fãs da marca. “Conseguimos reduzir a recorrência de compra de 60 para 45 dias, em média, para cada cliente. Além disso, o tempo médio de atendimento melhora na operação. Enquanto pelo atendimento de voz, leva-se 2 minutos para fazer um pedido, pelo app é apenas 1, por exemplo’’, pontua Guto Covizzi, sócio da Bella Capri.
Aplicativos como motor de crescimento no setor
Um estudo da consultoria McKinsey indicou que o uso de aplicativos de delivery cresceu 150% durante a pandemia, mostrando como o setor de alimentação foi um dos mais positivamente impactados pela digitalização. Muitos negócios que enfrentaram dificuldades em suas operações físicas encontraram nos apps uma forma de sobreviver e crescer. No pós-pandemia, embora o consumo presencial tenha voltado, o uso de apps continua a desempenhar um papel fundamental.
A facilidade de acesso proporcionada pelos aplicativos também transformou a maneira como as empresas realizam suas estratégias de marketing. A coleta de dados via app permite um trabalho de CRM mais intenso, com campanhas focadas em personas.
O marketing personalizado e digital passou a ser o pilar central da comunicação entre marca e cliente, facilitando o envio de notificações push, campanhas sazonais e até ofertas em tempo real, ajustadas de acordo com as preferências do consumidor.
Uma pesquisa conduzida pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), em parceria com o Sebrae, trouxe um panorama interessante sobre o mercado de delivery no Brasil. Dos mais de 5.000 entrevistados, cerca de 94% afirmaram que pedem comida por delivery pelo menos duas vezes ao mês.
A pesquisa também mostrou que 73,8% dos participantes preferem receber os pedidos em casa, em vez de buscar nos estabelecimentos. Outro dado relevante é que 74% dos consumidores fazem seus pedidos através de aplicativos. Entre os apps mais populares, o iFood foi destacado por 82,2% como o favorito, seguido por Rappi (9,1%) e PedePronto (2,1%).
Um tema recorrente em relação aos aplicativos é a questão das taxas cobradas dos donos de bares e restaurantes. A Abrasel, em outro levantamento, investigou os canais de vendas preferidos pelos empreendedores do setor. Segundo os dados, 45,5% realizam vendas pelo WhatsApp e 34,4% utilizam seus próprios sites, plataformas ou aplicativos. “O uso de apps revolucionou o segmento. No nosso caso, atualmente, mais de 70% das vendas da rede são feitas pela nossa ferramenta exclusiva. Também vale destacar as vantagens que ele possibilita aos franqueados na formação da base de clientes, aperfeiçoando a experiência gastronômica, nas lojas”, afirma Covizzi.
Desafios e oportunidades
Embora o uso de aplicativos tenha trazido muitos benefícios, as marcas ainda enfrentam desafios. Entre os principais, está o custo para desenvolver e manter um app atualizado e funcional. Investimentos em infraestrutura tecnológica são constantes, além de garantir que o design e a usabilidade do app sejam simples e intuitivos.
Um aplicativo de fácil navegação é visto como uma extensão do atendimento ao cliente. Se o app não proporcionar uma boa experiência, o consumidor pode interpretar que a marca não valoriza seu conforto e praticidade.
A personalização, por outro lado, continua a ser o maior diferencial competitivo. Marcas que conseguem usar os dados obtidos para criar experiências únicas para seus clientes estão na vanguarda da revolução digital no setor de alimentação. Isso se reflete em promoções específicas para o gosto e comportamento do consumidor, criando uma sensação de exclusividade e prestígio.
O futuro dos aplicativos no setor alimentício
Os aplicativos estão no centro da transformação digital do setor de alimentação. Além disso, é possível contar com outros meios, como plataformas tipo WhatsApp e assistentes virtuais, que estão começando a ganhar espaço, oferecendo uma experiência de interação ainda mais rápida e eficiente.
Vale a pena considerar o uso de IA para atendimento por voz, o que pode se tornar uma alternativa ou complemento aos apps. Esse tipo de inovação mostra que, embora os aplicativos tenham revolucionado o setor, o futuro pertence a quem continuar inovando.
Ficha técnica
Investimento total (capital para instalação e taxa de franquia): a partir de R$ 299 mil *Não contempla capital de giro
Taxa de franquia: R$ 299 mil
Tipo de negócio: Bella Capri
Ano de fundação: 1998
Ano de fundação do franchising: 2009
Número médio de funcionários por franquia: a partir de 3
Número de unidades: 40
Royalties: 4,5%
Taxa de publicidade: 1,5%
Faturamento da unidade: a partir de R$ 70 mil
Lucro médio mensal: 15 a 20%
Prazo de retorno: 24 meses