Depois de um dos períodos mais prolongados de retração do mercado de capitais brasileiro, 2026 surge como um ano-chave para a retomada das ofertas públicas iniciais, os IPOs. As projeções macroeconômicas indicam um ambiente de estabilidade cautelosa: crescimento do PIB estimado em 1,8%, dólar projetado em R$ 5,50 ao fim de 2026 e taxa Selic em torno de 12,25%, segundo as sinalizações mais recentes do Comitê de Política Monetária. Nesse cenário, a análise técnica e a experiência prática ganham peso, e o nome de Enzo Leonardo Tieppo desponta como uma das vozes mais qualificadas para interpretar o momento.
CFO e Head of Strategy da Capsule Corp, Enzo possui uma trajetória consolidada no mercado financeiro brasileiro. Bacharel em Ciências Econômicas pela PUC-SP, com pós-graduações em Liderança pela Fundação Dom Cabral e em Recursos Humanos pela UFSC, além das certificações de gestor de carteiras CVM. Enzo construiu carreira no investment banking e participou diretamente de operações relevantes de mercado, incluindo a estruturação e o IPO da BB Seguridade, uma das maiores aberturas de capital do país.
Para Enzo, o debate sobre IPOs em 2026 precisa ser tratado de forma estratégica. “O mercado não está discutindo apenas a volta dos IPOs, mas a qualidade dessas operações. Abrir capital é transformar poupança em investimento produtivo, com impacto direto no crescimento econômico”, afirma. Segundo ele, a maturidade das empresas e a clareza do projeto de longo prazo serão determinantes para o sucesso das ofertas.
Há consenso entre analistas e bancos de investimento de que 2026 pode marcar a reabertura da janela de IPOs no Brasil, após mais de quatro anos sem ofertas relevantes. A expectativa é que o retorno gradual do capital estrangeiro e múltiplos mais racionais ajudem a destravar esse movimento, possivelmente já no primeiro trimestre do ano. Ainda assim, o ritmo segue em debate.
Enquanto alguns executivos projetam IPOs efetivos em 2026, especialmente em empresas de maior porte ou ligadas à infraestrutura, outros avaliam que muitas companhias devem usar o ano como fase de preparação, deixando a listagem para 2027, caso o ciclo de queda dos juros seja mais lento. “O timing é decisivo. Com uma Selic ainda elevada, o mercado será seletivo, premiando empresas com governança sólida, geração de caixa previsível e estratégia bem definida”, observa Enzo.
Um dos vetores estruturais mais relevantes para o próximo ano é a entrada em vigor do Regime FÁCIL, em janeiro de 2026, que simplifica o processo de IPO para startups e empresas com faturamento de até R$ 500 milhões. A redução de custos regulatórios e a flexibilização de exigências devem ampliar significativamente o número de potenciais emissores. “Esse novo regime corrige uma distorção histórica e pode democratizar o acesso ao mercado de capitais, o que o Bovespa Mais não conseguiu, desde que as empresas mantenham disciplina financeira e utilizem a capitalização para crescer”, destaca o executivo.
À frente da estratégia financeira da Capsule Corp, Enzo Leonardo Tieppo lidera projetos de desenvolvimento imobiliário com foco em eficiência de capital e criação de valor de longo prazo. Para ele, 2026 não será apenas o ano da retomada dos IPOs, mas um período de amadurecimento do mercado brasileiro, no qual visão estratégica e execução consistente farão toda a diferença.















