Em um marco histórico no cenário do empreendedorismo feminino, o Brasil comemora os resultados de uma recente pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Segundo o estudo, o número de mulheres à frente de seus próprios negócios alcançou a marca de 10,3 milhões, apresentando um crescimento expressivo em relação a anos anteriores. Os dados, baseados em informações fornecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que as empreendedoras já representam 34,4% do total de negócios no país, em 2022. Esse avanço significativo consolida o protagonismo feminino no mundo dos negócios e projeta um futuro promissor para o empreendedorismo feminino no Brasil.
Os Estados do Rio de Janeiro e do Ceará lideram na proporção de mulheres donas de negócios, representando 38% dos empreendedores em seus territórios, superando a média nacional de 34,4%.
O relatório do Sebrae destaca que o empreendedorismo feminino no Brasil teve um aumento de 30% em relação ao ano anterior. Esse crescimento resultou em cerca de 300 mil mulheres gerando empregos, o que mostra o potencial transformador do empreendedorismo para a economia do país. No entanto, apesar do aumento no número de empreendedoras empregadoras, a maioria delas ainda enfrenta o desafio de tocar seus negócios sozinhas, com 9 em cada 10 empreendendo sem colaboradores.
Embora os dados mostrem avanços significativos, ainda existem obstáculos a serem superados pelas mulheres empreendedoras. Um dos principais desafios é a chamada “jornada tripla”, na qual as mulheres dedicam 17% menos horas ao próprio negócio em comparação aos homens. Isso acontece porque elas têm de lidar com o acúmulo de responsabilidades domésticas e cuidados com a família, trabalhando, em média, 10,5 horas a mais por semana nesses afazeres em relação aos homens.
Kênia Gama, mentora de negócios, explica que o empreendedorismo é a solução para ter mais dignidade, brio e cidadania. Ela reforça a importância do empreendedorismo feminino como uma solução para obter maior independência financeira e emocional.
“Vejo que atualmente as mulheres percebem que têm um negócio, têm responsabilidade social, transformam o ecossistema ao seu redor, saem de situação de vulnerabilidade. Estou muito feliz, explica a empreendedora.
Em relação ao crescimento expressivo do empreendedorismo feminino no Brasil, Kênia trabalha com o objetivo de ajudar e apoiar mulheres a ingressarem no mundo dos negócios, criando um ambiente propício para o desenvolvimento e empoderamento feminino no país.