O comportamento do público brasileiro mudou significativamente nos últimos anos. Segundo dados da pesquisa Consumer Puls, os brasileiros passam, em média, mais de 9 horas por dia conectados à internet, sendo que mais de 3 horas são dedicadas exclusivamente às redes sociais. Além disso, o streaming de vídeo já está presente em 43,4% dos domicílios com TV, mostrando que a televisão aberta divide espaço com novas plataformas de consumo.
“O público está cada vez mais fragmentado e multiplataforma. As pessoas decidem como e quando querem consumir conteúdo, seja na TV, no streaming ou nas redes sociais. Para empresas e marcas, isso significa que não existe mais um caminho único de comunicação”, explica Maria Eduarda Telles, publicitária e pós-graduada no MBA em Digital Business pela USP/ESALQ.
Em seu trabalho de conclusão da especialização, Maria Eduarda analisou como uma mediatech brasileira estruturou narrativas transmídia para transmitir um festival de música, evitando sobreposição de conteúdo entre suas marcas e ampliando seu alcance. Ela destacou que estratégias integradas entre TV e redes sociais são essenciais para manter a relevância e engajamento do público.
O trabalho ainda apontou que é possível aumentar a audiência incremental e diversificar fontes de faturamento através de narrativas que integrarem as plataformas (transmídia). A chave estaria em entender os diferentes perfis de público e adaptar conteúdos para cada canal, respeitando a identidade editorial de cada marca.
O cenário evidencia uma demanda crescente por profissionais com competências específicas. “O mercado precisa de profissionais preparados para conduzir transformações culturais, com visão crítica, adaptabilidade, comunicação clara, gestão de prioridades e sensibilidade às demandas da audiência. Além disso, é essencial ter domínio em cultura digital, marketing de conteúdo, métricas de performance e novas tecnologias”, completa Maria Eduarda.
Com mais de 131 milhões de visitantes únicos registrados em dezembro do último ano, o Brasil segue entre os quatro maiores mercados digitais do mundo, segundo relatório da Comscore, e lidera a América Latina. Para empresas e criadores de conteúdo, adaptar-se a essa nova realidade não é mais uma escolha, mas uma necessidade para se manter competitivo e próximo do público.












