A chamada economia prateada, formada por pessoas com 50 anos ou mais, já é uma das principais forças da economia brasileira. Esse grupo movimentou R$ 1,8 trilhão em 2024, o equivalente a 24% de todo o consumo privado do país. As projeções indicam que, em 2044, esse valor poderá chegar a R$ 3,8 trilhões, respondendo por mais de um terço do consumo nacional, segundo dados do Viva.

No campo da beleza e do autocuidado masculino, o Estudo Cosmentology 2025, realizado pela Croma Consultoria com 1.000 brasileiros, indica que os Baby Boomers e a Geração X ampliaram o interesse por produtos e serviços voltados ao bem-estar.
Entre os diferentes perfis mapeados, os chamados “despreocupados”, é constituído majoritariamente por homens mais velhos, sendo 27% pertencentes a Geração X e 42% aos Baby Boomers. Eles representam 6% dos consumidores em 2025, com presença forte na classe C e destaque na região Sul. Para este público, visto a forte predominância dos consumidores mais maduros, vale destacar que a marca Nívea acaba se sobressaindo, provavelmente devido à sua associação com cuidados básicos e hidratação. É possível estabelecer esta relação porque este mercado exige ações estratégicas segmentadas por faixa etária e os consumidores mais experientes tendem a valorizar tradição e eficácia, enquanto os mais jovens respondem melhor a ações digitais e influenciadores.
Para Edmar Bulla, fundador do Grupo Croma, o movimento representa uma oportunidade de transformação para toda a indústria: “A economia prateada não é apenas um nicho, mas uma força que já molda o presente e definirá o futuro do consumo. Homens maduros estão incorporando práticas de autocuidado e saúde com critérios próprios, priorizando confiança, qualidade e eficácia. As marcas que souberem dialogar com esse público terão um diferencial competitivo decisivo nos próximos anos.”
Isso significa que, para a economia prateada, o valor das marcas está menos ligado à novidade e mais associado à confiança construída ao longo do tempo, como a linha de produtos Nívea. “Quem já conquistou a confiança desse público leva vantagem, mas novas marcas também podem se posicionar se souberem trabalhar atributos como eficácia, tradição e proximidade“, explica Bulla.
O relatório da Croma ainda destaca que o autocuidado masculino se consolidou como comportamento social, impulsionado pela busca por autoestima e bem-estar. Com a longevidade em ascensão e consumidores mais maduros cada vez mais ativos, a expectativa é de que setores como medicina preventiva, cosméticos, estética e turismo liderem a expansão nos próximos anos, apoiados em inovação, acessibilidade e personalização.
Em síntese, o Brasil assiste à ascensão de uma nova força econômica: a geração prateada, que alia tradição e experiência ao desejo de viver melhor, consumir com consciência e ditar tendências para as próximas décadas.













