Emily em Paris – Especialista destaca implicações regulatórias e fiscais para expatriados

Com a série Emily em Paris prestes a retomar sua quarta temporada, especialistas internacionais em RH analisam o que ela, como expatriada, precisa saber em relação ao visto neste novo momento

by Redação
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Emily Cooper,
Embora ainda não haja uma data oficial de lançamento para a quarta temporada de Emily em Paris, os fãs já estão especulando sobre o futuro da expatriada favorita da Netflix enquanto busca seus sonhos pela Cidade Luz. No entanto, com cada temporada sucessiva da comédia romântica, há uma parte do conto de fadas de Emily Cooper que não corresponde com a realidade da maioria dos expatriados: o seu status de visto. Diante disso, a Mauve Group, empresa especializada em expansão de negócios que apoia empresas e funcionários com realocações internacionais, além de expansão, fez uma checagem de como está o status do visto de Emily.
“Sabemos que a série é pura fantasia, mas achamos que seria divertido entrar na especulação da quarta temporada oferecendo a Emily alguns conselhos sobre seu status legal”, explica Carolina Merlin, especialista jurídica da Mauve.
A primeira temporada começa com Emily Cooper, natural de Chicago, descobrindo inesperadamente que será transferida para Paris para substituir sua chefe, que ficou grávida. Apesar de não falar francês, Emily é contratada para fornecer uma perspectiva americana para a empresa de moda francesa, Savoir. Ao longo da primeira temporada, ela constrói sua reputação como influenciadora, ajuda a comercializar produtos de luxo e auxilia famosos estilistas com suas novas linhas de roupas e desfiles de moda.
“Para garantir uma chegada tranquila, Emily precisaria obter um visto de trabalho de sua empresa. Supondo que ela esteja numa cessão em Paris em nome de uma empresa dos EUA, ela precisaria solicitar um visto Schengen (por 90 dias), que seria baseado e dependente do escritório dessa companhia parisiense. Estender isso exigiria outro processo; e, no caso de a empresa americana de Emily romper laços com seu escritório em Paris (como ocorreu no final da segunda temporada), esse acordo de cessão não seria mais válido”, diz Carolina.
“Esses são exatamente os tipos de cenários complexos e, ocasionalmente, naturais, onde os serviços de ‘Employer of Record’ podem ser inestimáveis. Tais serviços garantem que os funcionários sejam contratados de acordo com as leis da jurisdição, por uma entidade local, e sem a necessidade de a empresa americana de Emily se estabelecer no país. Este é o tipo de abordagem que forneceria a ela um contrato de trabalho em conformidade, bem como orientação no caso de uma mudança na sua situação”, comenta a especialista.
Durante a segunda temporada, Emily continua trabalhando para a Savoir, e não está claro se seu visto e status de emprego mudam ou não. “Os vistos de trabalho devem ser renovados prontamente, envolvendo muita papelada e burocracia”, acrescenta Carolina. “Ao contrário de Emily, os expatriados da vida real na França podem esperar passar algumas horas na fila da Prefeitura.” E, embora ela certamente aproveite seu estilo de vida de expatriada com romance, aventura e muita alta costura, a realidade menos glamourosa que todos os expatriados devem enfrentar – a situação de visto de Emily – só é relatada na terceira temporada.
“A terceira temporada finalmente aborda os mistérios por trás do status de visto de Emily, mas talvez não com a profundidade que ganharia muita simpatia de nossos clientes”, explica Carolina. “Num espaço entre três episódios, Emily renuncia ao seu emprego, encontra trabalho temporário como garçonete e, então, com medo de uma deportação, finalmente se aplica para um novo visto de trabalho.”
Embora o processo de renúncia e o trabalho temporário que ela encontra exijam mais papelada de Emily do que o programa mostra; na realidade, um maior conhecimento especializado seria necessário para garantir que tudo corra bem.
“Já que Emily não faz mais parte da empresa dos EUA, cabe aos seus novos empregadores arcarem com sua aplicação de visto, isso envolve terem que provar que Emily é tão única e qualificada, que se tornou impossível encontrar um candidato francês ou mesmo europeu que não precise do visto. Como alternativa, se o trabalho e a base de clientes de Emily fossem no setor de turismo, ela poderia se candidatar como trabalhadora temporária, mas isso duraria até 12 meses antes que seu empregador tivesse que reaplicar”, continua Carolina.
“Porém, não tenho certeza se essa abordagem funcionaria no caso de Emily. Ela acabou de aparecer na famosa ‘La Liste’, uma lista influente de novos talentos na indústria da moda, então, o trabalho ‘temporário’ realmente não corresponderia ao seu perfil ou suas aspirações!”
Além do status essencial de Emily para a moda parisiense, o programa também evita outras realidades burocráticas para expatriados, como questões fiscais, bem como o status contínuo de residência do personagem principal. No entanto, talvez a quarta temporada mude tudo isso.
“Podemos ver Emily finalmente se dedicando e aprimorando seu francês ao nível B2, agora exigido para vistos de residência”, conclui Carolina. “Ou, caso ela queira testar sua sorte, ela pode escolher um de seus muitos pretendentes franceses para se casar ou formar um PACS, uma espécie de União Estável francesa.”
“De qualquer forma, estamos fascinados para ver o que ela vai aprontar como uma das expatriadas mais famosas da TV, embora tenhamos que reafirmar que está longe da realidade de verificação de antecedentes, papeladas e compromissos administrativos!”
Merlin reconhece que este é um ponto de vista descontraído – e incomum – de uma das séries mais populares da Netflix até hoje.
“Emily em Paris, no entanto, destaca as mudanças no emprego, residência e status fiscal que refletem as decisões reais que muitos expatriados (e seus empregadores) enfrentam todos os dias. Isso sem abordar as mudanças sociais e culturais que eles e suas famílias também têm que passar. Essas são precisamente as questões que requerem aconselhamento e apoio profissional para garantir que os funcionários internacionais possam concentrar-se nas suas prioridades, que, no caso de Emily, dificilmente se estenderão ao preenchimento de formulários de visto e declarações fiscais”, finaliza.
Mauve Group
Com mais de 28 anos de experiência, o Mauve Group é um dos principais fornecedores globais de soluções de RH, Employer of Record e consultoria de negócios. O grupo desenvolveu um conhecimento global para dar suporte a empresas de qualquer porte que planejam expandir-se internacionalmente. Para obter mais informações, acesse: Mauve Group

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