Em um ambiente de juros elevados e maior busca por ativos estratégicos para diversificar o portfólio, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) despontam como uma alternativa bastante atraente. Dados da Anbima mostram que o patrimônio total aplicado nesses veículos saltou de R$ 572,3 bilhões, em setembro de 2024, para R$ 732,3 bilhões, no mesmo mês de 2025, um avanço de 28% em apenas um ano. O movimento ocorre simultaneamente à entrada em vigor de uma nova regulação para o segmento, a qual fortalece a governança, a padronização de informações e os requisitos de transparência, fomentando o apetite de investidores por FIDCs.
Esse crescimento aparece em paralelo à diversificação entre investidores institucionais e individuais. Por exemplo, o volume aplicado por EAPCs subiu de R$ 23,8 milhões para R$ 2,1 bilhões em um ano; as seguradoras ampliaram suas alocações, passando de R$ 370,9 bilhões para R$ 680,3 bilhões. No segmento individual, o varejo de alta renda aumentou sua participação, com investimentos que cresceram de R$ 11,7 bilhões para R$ 32,6 bilhões, sugerindo um interesse maior de investidores qualificados por instrumentos de crédito estruturado.
“O investidor tem buscado por ativos que protejam o patrimônio e que ofereçam rentabilidade atraente, e os FIDCs se encaixam nesse perfil. Esses produtos têm estruturas com garantias, critérios mais claros de elegibilidade de recebíveis e operações que, quando estruturadas por gestoras reconhecidas pelo mercado, contam com governança muito robusta. Essa combinação de fatores é traduzida em fundos com qualidade e segurança ao investidor”, afirma Cristiano Greve, sócio e head de estruturação da Integral Investimentos.
Greve acrescenta que, em um ambiente de juros acima de dois dígitos, a busca por instrumentos capazes de aliar retorno elevado, diversificação e garantias tende a se intensificar: “Os FIDCs ocupam exatamente esse espaço. Eles oferecem exposição a crédito com garantias e uma previsibilidade de fluxos que outros produtos não entregam. Por isso, vemos mais investidores, de variados perfis, incluindo esses fundos em suas carteiras”.
A expansão do mercado também se reflete no número de fundos. O total de FIDCs no Brasil avançou de 2.848 em setembro de 2024 para 3.711 em setembro de 2025, um crescimento de 30%. A abertura de novos fundos indica maior pulverização de estratégias, desde operações agrícolas e de energia até fintechs e carteiras pulverizadas de consumo.














