
A Embraer vem fazendo um belo trabalho nos bastidores para tentar driblar o tarifaço americano. Com a taxação prestes a saltar para 50% sobre produtos brasileiros, o CEO Francisco Gomes Neto foi pessoalmente aos EUA bater na porta dos órgãos de governo. Ele levou dados de peso, como os mais de 12 mil empregos que a empresa sustenta por lá, diretos e indiretos, além de prometer novos investimentos se o KC390 for comprado pelos americanos.
A preocupação é legítima. Segundo a própria Embraer, se as tarifas entrarem de fato, o impacto por aeronave pode chegar a US$ 9 milhões, o que praticamente inviabiliza o E175 nos EUA, um dos principais mercados da companhia. Apesar disso, a empresa manteve suas projeções de entregas e receita para o ano, mostrando que o jogo ainda está em aberto.
Nos bastidores, a estratégia tem sido mostrar que a Embraer já é quase uma empresa americana, com boa parte dos componentes vindo de lá e uma cadeia de fornecedores robusta dentro do país. Isso ajuda a amenizar o risco imediato, mas não garante que o mercado vá ignorar essa incerteza.
Na minha visão, o CEO está jogando bem. Ele entendeu que, além do produto, precisa vender a narrativa. Mostrar que a empresa soma para os EUA é um caminho para evitar uma pancada mais forte nas margens. Se o Congresso ou a Casa Branca comprarem essa ideia, a ação tende a se beneficiar lá na frente. Caso contrário, o mercado vai precificar na veia.














