O aumento das apreensões de suplementos alimentares fabricados e comercializados de forma irregular acende um alerta sobre a segurança desses produtos no Brasil. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seis em cada dez alimentos irregulares identificados no país são suplementos alimentares, muitos deles sem registro, notificação ou controle de qualidade.
Os dados reforçam a necessidade de fortalecer a Infraestrutura da Qualidade, especialmente em seu eixo de vigilância de mercado, responsável por garantir que produtos já disponíveis ao consumidor atendam aos requisitos de segurança, eficácia e desempenho definidos por normas e regulamentos técnicos.
A circulação de suplementos clandestinos e falsificados representa um risco direto à saúde da população. Sem controle adequado sobre a composição e a pureza dos ingredientes, o uso desses produtos pode causar efeitos adversos graves, principalmente quando consumidos sem orientação médica ou nutricional.
Segundo Darlan Dallacosta, vice-presidente de Laboratórios da Associação Brasileira de Infraestrutura da Qualidade (ABRIQ), o fortalecimento da vigilância de mercado é fundamental para coibir essas irregularidades.
“A vigilância de mercado é um eixo essencial da Infraestrutura da Qualidade, pois garante que produtos já disponíveis no mercado estejam realmente em conformidade com os requisitos de segurança e qualidade. No caso dos suplementos alimentares, essa verificação é indispensável para proteger a saúde dos consumidores e coibir práticas clandestinas de fabricação”, afirma Dallacosta.
A ABRIQ defende a criação de um programa de certificação, inspeção e vigilância voltado ao setor de suplementos alimentares, que una o trabalho técnico de laboratórios, organismos de certificação e autoridades de fiscalização.
“Estamos prontos para colaborar com o poder público e com o setor produtivo no desenvolvimento de um programa que fortaleça o controle e a rastreabilidade desses produtos. Integrar vigilância de mercado, certificação e inspeção é o caminho para reduzir as irregularidades e aumentar a confiança do consumidor”, destaca o vice-presidente.
Dallacosta também reforça a importância da responsabilidade individual no consumo desses produtos. “Antes de iniciar qualquer suplementação alimentar, é essencial realizar exames laboratoriais e buscar orientação profissional. Cada organismo tem necessidades específicas, e auto suplementação pode trazer sérios riscos à saúde”, alerta.
A Infraestrutura da Qualidade é composta por seis pilares – metrologia, normalização, regulamentação técnica, acreditação, avaliação da conformidade e vigilância de mercado – que atuam de forma integrada para promover a segurança, a inovação e a competitividade. No caso dos suplementos alimentares, o fortalecimento da vigilância de mercado representa uma medida concreta de proteção à saúde pública e de valorização das boas práticas no setor.
ABRIQ
A Associação Brasileira de Infraestrutura da Qualidade (ABRIQ) foi criada para transformar ciência, normas e dados confiáveis em valor público — elevando segurança do consumidor, reduzindo custos de conformidade, acelerando inovação e abertura de mercados, e promovendo práticas responsáveis por meio da integração entre metrologia, normalização, avaliação da conformidade, acreditação, certificação e vigilância de mercado, em parceria com governo, reguladores, setor produtivo, academia e defesa do consumidor.













