Segundo o último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 5,58%, enquanto o crescimento do PIB ficou 2,03% ao ano.
A estimativa é formulada por economistas do mercado financeiro e divulgada semanalmente pelo BC. Para se ter ideia, no ano passado o crescimento do PIB brasileiro foi de 0,9% no último trimnestre, se igualando à China. O Brasil ficou atrás somente da Indonésia (1,5%), Índia (1,3%) e México (1,1%)
De acordo com Luciano Bravo, CVO da Inteligência Comercial, o crescimento do PIB é um indicativo positivo para a economia brasileira, que enfrentou desafios significativos nos últimos anos. Bravo ressalta que, embora o crescimento seja motivo de otimismo, ainda há questões a serem enfrentadas para garantir a sustentabilidade e continuidade do crescimento econômico.
“O cenário econômico turbulento vivenciado no Brasil em meio à pandemia exigiu resiliência das empresas e do mercado como um todo. O crescimento do PIB é um indicativo encorajador, mas não podemos negligenciar os desafios que persistem, como os juros elevados que influenciaram na variação negativa no último ano”, explica Bravo.
O mercado de crédito, por exemplo, sofre com uma alta da Selic, agora em 13,25% ao ano, mesmo com o crescimento do PIB. “Embora o nosso Produto Interno Bruto (PIB) continue a crescer, ainda falta crédito. Uma pesquisa recente do Indicador do SME Finance Forum, constatou que o Brasil ocupa a 3ª posição entre os países com maior necessidade de financiamento para micros, pequenas e médias empresas”, diz Luciano.
Em 2023, o saldo do crédito ampliado aos setores não financeiros situou-se em R$15,6 trilhões (143,4% do PIB), com expansão de 4,3% em relação a 2022. Já na China, somente em Janeiro, teve um montante de 3,4 trilhões de reais – “Caso o ritmo continue assim, a China alcançará por ano cerca de 40 trilhões de reais em empréstimos de crédito”, explica Luciano.
A mediana das projeções dos agentes financeiros indica que a Selic terminará 2025 em 15%, segundo o Boletim Focus. É o maior patamar desde 2006. Já o crescimento do PIB está estimado em 2,2%, segundo o Banco Mundial.