A iminente reforma tributária traz consigo significativas mudanças para o varejo supermercadista e atacadista, focadas na implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). Estas medidas não apenas impactarão diretamente o setor, mas também exigirão adaptações profundas na gestão tributária e no fluxo de caixa das empresas.
Segundo Fabio Silva, especialista em ciências contábeis pela USP e consultor da BMS Projetos, a transição para o IBS e CBS aumentará consideravelmente a complexidade da cadeia de fornecimento. “A necessidade de monitorar tributos em cada etapa e garantir conformidade fiscal dos fornecedores demandará a implementação de sistemas de apuração baseados em médias históricas, com ajustes subsequentes”, destaca o especialista.
A introdução desses novos sistemas, porém, levanta preocupações quanto à integridade dos dados, especialmente durante a fase inicial de implementação. Enquanto a CBS será implantada de forma mais rápida, o IBS exigirá planejamento cuidadoso e ajustes contínuos ao longo dos anos.
Para os participantes do Simples Nacional, a adesão ao IBS e CBS poderá ser estratégica para manter a competitividade no mercado, apesar da necessidade de optar pela geração de créditos tributários. Por outro lado, fornecedores do Simples que não aderirem poderão enfrentar dificuldades em competir em licitações e negociações com grandes compradores.
O novo regime de split payment, que antecipa o pagamento dos tributos pelo comprador, visa garantir a efetiva geração de créditos ao longo da cadeia produtiva. Contudo, para supermercados e atacadistas, isso representa um desafio significativo, impactando diretamente o fluxo de caixa e a sustentabilidade financeira das empresas, especialmente aquelas com margens reduzidas e vulneráveis à inadimplência de clientes e fornecedores.
Além disso, a gestão de inadimplência fiscal na cadeia de valor exigirá ferramentas robustas de monitoramento fiscal, cláusulas contratuais rigorosas e investimentos em compliance para mitigar riscos fiscais.
A reforma também redefine a tributação de produtos, com itens essenciais isentos de IBS e CBS e a aplicação de impostos seletivos sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Isso impõe novos desafios operacionais aos supermercados, incluindo a necessidade de adaptação dos sistemas de classificação e uma educação clara aos consumidores sobre os impactos nos preços.
Para o presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), Fábio Queiróz, empresas que se adaptarem proativamente às mudanças poderão se diferenciar no mercado ao promover produtos sustentáveis e saudáveis, alinhando-se às novas exigências tributárias e às expectativas dos consumidores. “Estamos sempre atentos às mudanças e transformações. A Escola ASSERJ, em parceria com a PWC, vai realizar, no dia 18 de fevereiro, um workshop online voltado para os associados supermercadistas, para apresentar as mudanças que podem impactar o varejo e prepará-los para se adaptar de forma estratégica e ágil”, enfatiza o executivo.
ASSERJ
Foi com um pequeno número de associados que nasceu a Associação de Supermercados do Rio de Janeiro – ASSERJ, mais precisamente em 1969, um ano após a atividade supermercadista ser definida e regulamentada no País. Criada com o intuito de fortalecer e defender a cadeia supermercadista do Estado, a ASSERJ atendeu bem ao seu objetivo principal. Há mais de cinco décadas representando e defendendo os interesses do setor, a ASSERJ adquiriu know-how no setor supermercadista, oferecendo aos seus associados cursos de aperfeiçoamento, palestras, consultoria e assessoria na área jurídica, gestão, recursos humanos, prevenção de perdas, alimentos seguros e marketing, além de muitas outras atividades relevantes para o setor.
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