Brasil sobe da 89ª para a 84ª posição no ranking global de IDH em 2023
O que significa o avanço no IDH para o Brasil
O IDH é um indicador que mede a qualidade de vida das populações com base em três dimensões fundamentais: saúde (expectativa de vida), educação (anos de escolaridade) e renda (PIB per capita). Com o índice de 0,786, o Brasil se mantém na categoria de “alto desenvolvimento humano”, superando a média mundial de 0,756 e ligeiramente acima da média da América Latina e Caribe (0,783).
Segundo Pedro Conceição, coordenador do relatório do PNUD, o avanço brasileiro representa uma recuperação significativa após o período de declínio causado pela pandemia. “Estamos vendo uma retomada importante, embora o ritmo global de progresso tenha desacelerado em comparação com períodos anteriores”, afirmou.
Comparativo do IDH brasileiro (2019-2023)
Ano | IDH Brasil | Posição no Ranking | Classificação | Variação |
2019 | 0,765 | 84ª | Alto | – |
2020 | 0,758 | 87ª | Alto | ▼ 3 posições |
2021 | 0,754 | 88ª | Alto | ▼ 1 posição |
2022 | 0,780 | 89ª | Alto | ▼ 1 posição |
2023 | 0,786 | 84ª | Alto | ▲ 5 posições |
Fatores que contribuíram para a melhoria do IDH brasileiro
Aumento da expectativa de vida
A recuperação pós-pandemia elevou a expectativa de vida dos brasileiros, um dos três pilares fundamentais do cálculo do IDH. Segundo dados do IBGE, a expectativa de vida no Brasil chegou a 75,5 anos em 2023.
Melhoria nos indicadores educacionais
O aumento nos anos médios de escolaridade e na expectativa de anos de estudo contribuiu significativamente para a elevação do índice. Programas de inclusão educacional e permanência escolar tiveram impacto positivo neste indicador.
Recuperação econômica
A retomada do crescimento econômico após a pandemia elevou o PIB per capita brasileiro, o terceiro componente do IDH. O Brasil registrou crescimento de 2,9% no PIB em 2023, superando as expectativas do mercado.
O que dizem os especialistas sobre o Brasil IDH global 2023
“O Brasil demonstra uma recuperação importante após o período pandêmico, mas ainda enfrenta desafios significativos para reduzir desigualdades internas. Quando ajustamos o IDH às desigualdades, o índice cai para 0,594, o que coloca o país apenas na 105ª posição global.”

“A melhora do Brasil no ranking do IDH reflete os esforços de recuperação econômica e social pós-pandemia. No entanto, para continuar avançando, precisamos focar na redução das desigualdades regionais e sociais que ainda persistem no país.”
Desafios para o avanço contínuo do IDH brasileiro
Pontos Positivos
- Recuperação acima da média global pós-pandemia
- Melhoria consistente nos três pilares do IDH (saúde, educação e renda)
- Classificação mantida na categoria de “alto desenvolvimento humano”
- IDH feminino (0,785) ligeiramente superior ao masculino (0,783)
- Melhor posicionamento no IDH ajustado à pegada de carbono (77ª posição)
Desafios Persistentes
- Grande queda no IDH quando ajustado à desigualdade (de 0,786 para 0,594)
- Disparidades regionais significativas dentro do país
- Desigualdade de renda ainda elevada (PIB per capita feminino inferior ao masculino)
- Ritmo de crescimento do IDH abaixo do potencial (0,77% em 2023)
- Posição ainda inferior a outros países latino-americanos como Chile, Argentina e Uruguai
Brasil no contexto latino-americano
Apesar da melhora, o Brasil ainda aparece atrás de vários países da América Latina no ranking do IDH. O Chile lidera a região na 45ª posição global, com IDH de 0,878, seguido por Argentina, Uruguai, Antígua e Barbuda, São Cristóvão e Névis, Panamá, Costa Rica, Bahamas, Barbados e Trinidad e Tobago – todos classificados com “muito alto desenvolvimento humano”.
País | Posição Global | IDH 2023 | Classificação |
Chile | 45ª | 0,878 | Muito Alto |
Argentina | 48ª | 0,842 | Muito Alto |
Uruguai | 52ª | 0,830 | Muito Alto |
Panamá | 58ª | 0,815 | Muito Alto |
México | 77ª | 0,791 | Alto |
Peru | 82ª | 0,789 | Alto |
Colômbia | 83ª | 0,788 | Alto |
Brasil | 84ª | 0,786 | Alto |
Contexto global do IDH em 2023
O IDH médio mundial chegou a 0,756 em 2023, representando um aumento de 0,53% em relação ao ano anterior (0,752). Segundo o PNUD, este é o maior patamar de desenvolvimento humano desde o início do levantamento, porém o ritmo de progresso está mais lento que em períodos anteriores.
Líderes e retardatários no ranking global
A Islândia lidera o ranking global com IDH de 0,972, seguida por Noruega (0,970) e Suíça (0,970). As seis primeiras posições são ocupadas por países europeus. No outro extremo, o Sudão do Sul apresenta o menor índice (0,388), com as nove últimas posições ocupadas por países africanos.
O relatório do PNUD de 2023 também abordou o tema da inteligência artificial e seu potencial impacto no desenvolvimento humano. Segundo Achim Steiner, administrador do PNUD, é importante garantir que a IA “seja realmente algo que nos dará, como seres humanos, a oportunidade de aumentar nossa engenhosidade, nossa diversidade, nossa imaginação e nosso empreendedorismo”.
O impacto da desigualdade no IDH brasileiro
Quando ajustado às desigualdades internas, o IDH do Brasil cai para 0,594, o que faz com que o país fique apenas na 105ª posição global, caindo para a categoria de IDH médio. Esta queda significativa (de 0,786 para 0,594) evidencia o grande desafio que a desigualdade representa para o desenvolvimento humano no país.
Desigualdade de gênero
No caso da comparação entre gêneros, o IDH das mulheres (0,785) é ligeiramente superior ao dos homens (0,783) no Brasil. As mulheres brasileiras apresentam indicadores melhores de expectativa de vida e escolaridade, mas ainda perdem no quesito PIB per capita, refletindo as disparidades salariais que persistem no mercado de trabalho.
IDH e sustentabilidade ambiental
O relatório do PNUD também apresenta o IDH ajustado pela pegada de carbono de cada país. Neste quesito, o Brasil apresenta um IDH de 0,702, mas se posiciona melhor no ranking mundial, ocupando a 77ª posição. Este indicador reflete o menor impacto ambiental relativo do Brasil em comparação com países mais industrializados.
Perspectivas futuras para o IDH brasileiro
Para continuar avançando no ranking global do IDH, o Brasil precisará enfrentar desafios estruturais, especialmente no combate às desigualdades sociais e regionais. Investimentos contínuos em educação, saúde e geração de emprego e renda são fundamentais para que o país possa alcançar a categoria de “muito alto desenvolvimento humano” nos próximos anos.
O IDH é calculado anualmente pelo PNUD desde 1990 como uma alternativa ao PIB per capita para medir o desenvolvimento das nações. O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano do país. As categorias são: muito alto (acima de 0,800), alto (0,700-0,799), médio (0,550-0,699) e baixo (abaixo de 0,550).
Conclusão: o caminho para o desenvolvimento sustentável
A melhora do Brasil no ranking global do IDH em 2023 representa um sinal positivo de recuperação após os impactos da pandemia. No entanto, o país ainda enfrenta desafios significativos, especialmente no que diz respeito à redução das desigualdades internas e à promoção de um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável.
O avanço de cinco posições no ranking global é um passo importante, mas o caminho para alcançar os níveis de desenvolvimento humano dos países mais avançados ainda é longo e exigirá esforços contínuos em políticas públicas efetivas e investimentos estratégicos nas áreas de saúde, educação e geração de renda.
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Perguntas frequentes sobre o IDH
O que é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)?
O IDH é um indicador criado pelo PNUD em 1990 para medir o desenvolvimento humano dos países com base em três dimensões: saúde (expectativa de vida), educação (anos de escolaridade) e renda (PIB per capita). O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano.
Como o Brasil está classificado no IDH global?
No relatório de 2023, o Brasil ocupa a 84ª posição entre 193 países, com um IDH de 0,786. O país está na categoria de “alto desenvolvimento humano”, acima da média mundial (0,756) e ligeiramente acima da média da América Latina e Caribe (0,783).
O que é o IDH ajustado à desigualdade?
É uma versão do IDH que leva em conta como a saúde, a educação e a renda são distribuídas entre a população de um país. No caso do Brasil, o IDH ajustado à desigualdade cai para 0,594, o que coloca o país na 105ª posição global e na categoria de IDH médio.
Quais são os países com maior IDH no mundo?
Segundo o relatório de 2023, a Islândia lidera o ranking global com IDH de 0,972, seguida por Noruega (0,970) e Suíça (0,970). As seis primeiras posições são ocupadas por países europeus.