No Dia das Mães, cresce o número de mulheres que, ainda cuidando dos filhos, da casa e da carreira aos 40, começam a se reencontrar no espelho. Mais do que estética, o autocuidado vira uma forma de reafirmar identidade.
No Dia das Mães, as homenagens se multiplicam — mas muitas mulheres ainda vivem um dilema silencioso: como se olhar com carinho quando há tanto tempo o foco esteve nos outros? Aos 40, muitas mães seguem no centro da rotina da casa, com filhos em fase escolar ou na adolescência, enquanto conciliam trabalho, responsabilidades e expectativas. É nessa fase, de cobranças e renúncias acumuladas, que a autoestima começa a cobrar espaço.
Uma das principais queixas é com o rosto — onde o tempo parece deixar as marcas mais visíveis. A queda na produção de colágeno, agravada pela chegada da pré-menopausa, faz com que a pele perca firmeza e elasticidade. A flacidez, as rugas e a mudança no contorno facial se tornam mais evidentes.
“Tem um momento em que a gente se olha no espelho e não se reconhece mais. É como se o rosto dissesse que o tempo passou, mesmo quando ainda temos tanta energia e vitalidade por dentro”, comenta a cirurgiã-dentista Michele França, especialista em estética facial.
Segundo ela, esse sentimento tem levado muitas mulheres a buscar alternativas para se reconectar com sua imagem — e não necessariamente por vaidade. “É sobre identidade. Não é querer parecer mais jovem, mas querer se enxergar de novo, sem se render à invisibilidade que muitas vezes é imposta às mulheres maduras”, defende.
Entre as soluções buscadas, estão procedimentos que suavizam rugas, levantam regiões do rosto e redefinem contornos sem a necessidade de cirurgia ou grandes pausas na rotina. Para quem vive uma rotina intensa, o tempo de recuperação e o resultado natural são pontos decisivos.
Estudos mostram que, entre os 45 e 50 anos, há um pico de envelhecimento facial acelerado, especialmente entre mulheres, por conta das alterações hormonais. Mas isso não significa que o único caminho seja a cirurgia. “É possível tratar a flacidez com recursos menos invasivos, respeitando o tempo da pele e o ritmo da paciente. Isso é autocuidado, não imposição estética”, reforça Michele.
No consultório, ela ouve relatos recorrentes: mulheres que cuidaram de tudo e de todos por décadas e agora, pela primeira vez, voltam a olhar para si. “Quando elas dizem ‘voltei a me reconhecer’, é aí que o tratamento realmente faz sentido. Não é sobre apagar o tempo. É sobre reaparecer, com tudo o que se é”.